terça-feira, 23 de outubro de 2012

"Tribunal do Porto julga quinta-feira ação para obrigar Metro a colocar vedações na ponte do Freixo"


Fonte: http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=597408&tm=8&layout=121&visual=49

O Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto (TAF-P) agendou para quinta-feira o julgamento de uma ação destinada a forçar a empresa Metro do Porto a colocar vedações na ponte do Infante com altura suficiente para impedir quedas ou suicídios.

"Com esta ação, quero criar condições de segurança, evitando desta forma mais perda de vidas naquela ponte", disse o autor da ação, que recorreu ao TAF-P na sequência da morte do seu filho -- um fotojornalista de 23 anos --, que ocorreu naquela travessia do Douro em 05 abril de 2005.
"Não sabemos se o meu filho caiu ou foi atirado. Isso nunca foi apurado e o relatório do médico legista também não esclarece. De qualquer modo, nada lhe vai trazer a vida. O que quero com isto é que outros não sofram a perda dos filhos naquela ponte, onde têm ocorrido muitas mortes por queda ou suicídio", sublinhou.
Para testemunhar no processo, Amadeu Nogueira indicou sobretudo moradores das Fontainhas que, conforme disse, "vão provar que na verdade naquela ponte muitas pessoas perderam a vida".
A petição inicial, a que a agência Lusa teve acesso, pede que a Metro do Porto seja condenada "à adoção das medidas adequadas e necessárias, que evitem futuras situações de perigo" naquela travessia do Douro.
As medidas que se revelem necessárias para a proteção da segurança dos utentes da ponte não são especificadas na petição porque, segundo a advogada do autor, Sónia Pacheco, devem ficar ao critério dos técnicos.
A ponte do Infante destina-se ao trânsito rodoviário, mas foi construída pela empresa de metro, depois de o tabuleiro superior da ponte de D. Luís ter ficado adstrito à linha de metropolitano de superfície entre o Hospital de S. João e Santo Ovídio.
A morte do fotojornalista chegou a ser investigada pelo Departamento de Investigação e Ação Penal, que arquivou os autos, levando o pai a iniciar, em 2009, esta ação no TAF-P.
Um ano depois, fonte da Proteção Civil referia que aqueles serviços e técnicos da área rodoferroviária estavam a estudar formas de travar as quedas e os suicídios nas pontes do Porto.
"A verdade é que nunca passaram das palavras aos atos", constatou Amadeu Nogueira, explicando que pretende barreiras similares às existentes em alguns viadutos das autoestradas.

Raquel Miranda

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